domingo, 24 de fevereiro de 2013

#17 crítica: Os Miseráveis

Hugh Jackman paga seus pecados no lugar de Jean Valjean
Tom Hooper e Jackman: Olha, o que é isso na sua camisa? Brincadeira velha.

Tom Hooper é um diretor que sabe manipular uma câmera como ninguém. Sua forma de nos ater ao modo como as coisas e cenários se dará frente a uma tela é de encher os lhos de admiração. Não vamos nos esquecer dos seus padrões de filmagens em que ele se utiliza de um tom contido e hipnotizante, com close sobre o rosto. O diretor que já faturou o Oscar de melhor diretor em 2011 por O Discurso do Rei, e já filmou dezenas de minisséries e longas em torno de sua carreira vem agora com a adaptação de um dos maiores musicais da história, baseado na obra escrita por Victor Hugo. "Os Miseráveis" surge nas telonas apoteótico e impressionante. A obra ganha um tratamento digno do seu meio de origem que são os palcos. Produção do Reino Unido, o filme consegue atingir as massas que não se interessam por musicais, já que o gênero possui uma estrutura narrativa que cansa aqueles que não estão acostumados com aquela conversa, diálogos e que de repente ganha contornos musicais. Nada contra os belos filmes musicais que já renderam diversas estatuetas do Oscar. Porém aqui em Os Miseráveis  de Tom Hooper algo transcende e se rebela contra os padrões excessivos dos musicais. Ganhando dimensões magnificas e uma historia que encanta com sua graça e beleza.

Contribui as lindas canções que o musical possui, mas o poder delas estão de posse dos atores que dão a elas um lirismo e um sentimento engrandecedor. Hugh Jackman faz um excelente Jean Valjean, prisioneiro que escapa da condenação ao qual foi imposto por roubar um pedaço de pão e segue seu rumo em busca de se tornar  um homem bom, prospero e responsável  Sua historia vem sendo cruzada com a do inspetor Javert (Russell Crowe) que não tolera desvios não cumprimento da lei e fará de tudo para prende-lo novamente. A trama se desenrola com o surgimento de Fantine (Anne Hathaway) que sofre com a distancia que mantem de sua filha Cossete (Isabelle Allen) para lhe fornecer dinheiro ao seu sustento. Como todos já sabem, Cossete cresce, aqui se torna Amanda Seyfrield, se apaixona por Marius (Eddie Redmayne), embalados em meio a revolução francesa. O amor conseguiu curar as feridas das misérias e por meio da paixão unir um França que aspirava liberdade.

Todas as falas são cantadas e os atores não seguem muito uma linha de logica nos desenvolvimentos das cenas. O melhor aqui talvez seja o visual, que assim como em O Discurso do Rei, ganha planos aéreos e tomadas um pouco acima do rosto, como já citado aqui. Um figurino e maquiagem de encher os olhos. Tudo feito com muitos detalhes. Os atores cantam bem e a história apesar de longa, dura o bastante para um épico que possui ingredientes para cativar os mais chatos. Jackman sem duvidas é o melhor, mas Anne Hathaway arrebata em iguais medidas. Ao cantar a todo o pulmão "Dreamed a Dream", que ela crava com uma dor que te atordoa de tão impactante. Há ainda no elenco os atores Sacha Baron Cohen e Helena Bohan Carter, que fazem os tutores de Cossete enquanto criança. Outro encanto nesse filme é a atriz Samantha Barks, que arrasa em diversos momentos do filme. O longa é um deleite e é o meu favorito a premiação para melhor filme nesse Oscar que ocorre em 24 desse mês. Um filme arrebatador, sem duvidas.

A dor de Hathaway enche os olhos.
Hathaway e Jackman por trás da miséria toda.
O Javert de Russell Crowe num dos melhores momentos do filme. 

Ouso afirmar que as agruras de Jean Valjean nunca foram tão bem contadas em quaisquer meios artísticos baseados na obra de Victor Hugo. Nem mesmo no cinema anteriormente. Casou muito bem a ideia de fazer um filme baseado no musical, aliada com uma trama que por si só possui dimensões épicas, um simples filme com diálogos e gênero tradicional não conseguiu unir a grandeza imensa da obra escrita por Hugo e a transmissão da mensagem do livro. Não há adendos e pontos negativos aqui. Les Miserábles é um estrondo. Da canção mais linda do filme, interpretada por Jackman "Suddenly", ao final magnifico, ele deixa nos nossos corações o mais intenso sentimento de graça e deslumbre. Fantástico.

Belo poster. Gostei.
E a trilha que dispensa comentários...


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