domingo, 10 de fevereiro de 2013

#12 crítica: Django Livre

"Kill white folks and they pay you for it? What's not to like?"

"At first you had my curiosity. Now you have my attention."

"So you a bounty hunter hum, a black boy getting paid to kill white man. How'd you like that line of work?"

"Django isn't a slave. Django is a free man. You understand? You can't treat him like any of these other niggers around here, cause he ain't like any of these other niggers around here. Ya got it?"

"O que signfica esse negro em cima desse cavalo". Samuel L. Jackson. Perfeito.

Os brilhantes dialogos acima são do mais novo filme do diretor Quentin Tarantino, Django Livre que estreou nessa sexta. O mesmo diretor que nos trouxe tantas obras fantasticas, como Pulp Fiction, Kill Bill Vol. 1 e 2, Bastardos Inglórios  Jackie Brown e por ai vai... vem com um filme agora que só com o numero de citações da palavra preconceituosa e proibida de ser dita entre os ianques: nigger (negro, num sentido pejorativo) já basta para ser polemica para muitos, tendo seu porta voz o diretor Spike Lee. Pura besteira. Aqui temos o que de melhor há na obra do diretor: sacadas geniais, dialogos primorosos, uma trilha-sonora de arrebentar, além da fotografia, da direção de arte, do figurino, edição...e tal, mas como não se encantar por obras tão bem feitas e que são tão divertidas. A saga do escravo Django que sabia o paradeiro de certos assassinos, que é liberto por um dentista de araque de nome Dr. King Schultz que usa a profissão como pano de fundo para sua verdadeira condição, a de um caçador de recompensas, bem ao estilo do bom western, leva o espectador numa viagem pelos Estados Unidos em busca de capturar procurados pela justiça "vivos ou mortos", com o fim tendo o artificio a redenção do amor, que redime a tudo e a tudos. Um amor banhado de sangue, pra ressaltar, claro.

Sai do cinema com a impressão de que esse seria o melhor filme de Tarantino, pelo detalhes que já citei, mas não quero ser injusto com suas tão outras excelentes crias. Não há como negar o esplendido trabalho que fez aqui ao recontar a história, (da ultima vez, recontou o desfecho da segunda guerra matando Hitler e terceiro Reich inteiro numa explosão em um cinema), só que com um tempero diferente. O clima dos grandes filmoes de western spaghetti tem suas referencias nos classicos de Sergio Corbucci e outros grandes figurões, e uma história que surpreendi ao ser inserido no universo de Tarantino, que como adorei o que disse o produtor musical Nelson Motta, é um genero proprio os filmes do diretor. Tem algo de tudo, com tudo o que é possivel injetar de seu liquidificador de cultura pop e referencias à classicos da sétima arte e muito sangue. E aqui em Django, tudo se eleva ao máximo, a fotografia em meio as montanhas e paisagens americanas é de enher os olhos, além da atuação primorosa que conduz em seus atores. Christoph Waltz tá mais uma vez incrivel num personagem feito especialmente para ele pelo diretor (assim como em Bastardos, igualmente incrivel, onde fez o nazista esquizofrenico), e aqui um hilario caçador de recompensas, que se passa como dentista. Leonardo Di Caprio está muito bem como o senhor de terras e proprietário sem escrupulos Calvin Candie, dono da Candyland - lugar para onde partem Django e Dr. King em busca de um amor antigo do escravo liberto. E o personagem de Samuel L. Jackson, genial interepretando, ironicamente um negro que é conivente com a opressão do proprio povo. O filme é um deleite para cinéfilos, um deslumbre que só é possivel comensurar com o nosso prazer em ver uma obra assim, com tanto esmero.

O filme, um dos mais longos em tempo de duração do diretor, se envereda por uma historia que beira a uma opera, com o desfecho apoteotico, sangrento e arrebatador. Jamie Foxx no papel de Django tá perfeito, uma escolha que claramente se vê sendo acertada, nem pensar o outro ator cotado para o papel daria tamanha vitalidade ao personagem, esse ator em questão é Will Smith, que não aceitou na época. Vou ser sincero, se há algo aqui de extraordinario, pode ter certeza que foi pensado minunciosamente para tomar vida e de fato, uma injustiça a Academia não ter indicado Tarantino a melhor diretor.Sua paixão e ardor em trazer aqui uma história que se embebeda de um roteiro excelente e uma produção sem igual. Lembrando que esse projeto era um sonho antigo do diretor, que agora finalmente tomou realidade. E ainda me pego ouvindo a trilha-sonora que é para variar, maravilhosa, usando um termo bem simplorio. Unir 2Pac e James Brown? Ijetar Ennio Morricone as tantas e ainda mesclar com bons sons de gente nova como o cantor John Legend. E tem uma especial que não sai da minha cabeça, a que é embalada na presença do Dr. King Schultz. "He's name is King. He's name is King. He have a horse...". haha... Todo momento em que se apresenta, o doutor Schultz o faz não somente a si mesmo, mas ao cavalo também com seu respectivo nome, numa carroça que carrega um consultorio movel com um dente gigante preso a uma mola no topo. Iconico. Sensacional.

Sadico e cheio de ironias. Esse é Calvin Candy (Leo Di Caprio)


Django Livre deixa a sensação de ao mesmo tempo ser um filme extremamente bem feito, te diverti sem piedades (atenção na cena com Jonah Hill, simplesmente hilária). Como numa sessão que tem tudo para impressionar e se tornar dificil de esquecer. Não dá para negar que o direot criou mais uma obra-prima em sua estante. Pimba.




Segue umas mais brilhantes trilhas sonoras dos ultimos tempos que eu saiba: Django!

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